domingo, 27 de fevereiro de 2011

Comida - Titãs




Bebida é agua
Comida é pasto
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?

A gente não quer só comida,
A gente comida, diversão e arte
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer

Bebida é agua
Comida é pasto
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?

A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade




O Analfabeto Político (Berthold Brecht)
O pior analfabeto

É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.

Artigo - A DEMOCRACIA NA ORDEM CONTEMPORÂNEA: LIMITES E POSSIBILIDADES


Esse artigo é material de apoio para os alunos do segundo colegial referente ao tópico "Prática Política" (primeiro bimestre). Ele foi produzido pelos estudantes do curso de Ciências Sociais da UFU com o objetivo de trazer uma discussão introdutória ao ensino médio sobre a temática Política. Abaixo segue o link para o artigo em formato .pdf http://www.pet.sociais.ufu.br/A%20DEMOCRA[1]...pdf

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Apresentação




Olá pessoal,

Este blog foi elaborado com o intuito de criar uma ferramenta dinâmica para as aulas de Sociologia trazendo contribuições tanto minhas (referente às aulas) como também dos estudantes. Será um espaço para divulgação dos esquemas e resumos de aulas, trabalhos escolares, artigos referente a temática da sociologia, etc. Enfim o blog está disponível para todos(as) que queiram contribuir para a discussão e reflexão do conhecimento sociológico e sobre a realidade social.

O que é Sociologia

Aulas 1 e 2 - 3º Colegial

Aulas 1 e 2 Sociologia – 3º Colegial

Pesquisa Sociológica – Processo de Pesquisa

- Epistemologia→ “estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento, motivo pelo qual também é tipicamente conhecida por filosofia do conhecimento.”







- Método científico → “conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes. Na maioria das disciplinas científicas consiste em juntar evidências observáveis, empíricas (ou seja, baseadas apenas na experiência) e mensuráveis e as analisar com o uso da lógica.”

- A construção do conhecimento tanto na Sociologia, bem como nas outras ciências, é realizada por meio de relações sociais em determinado tempo histórico, em um contexto imerso a um ambiente de uma cultura vigente e um paradigma estabelecido. Também devemos levar em consideração, como observou Marx, que o conhecimento produzido por uma determinada sociedade está de acordo com o desenvolvimento das forças produtivas e das relações sociais estabelecidas na reprodução da vida material do ser humano.

- Paradigma → “é a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.”

- Como se apresenta a Ciência?

“se apresenta como uma forma de os indivíduos agirem como alguma probabilidade de acerto visto experiências anteriores ou até mesmo, como possibilidade de ampliar o conhecimento atual, mediante estudos e experimentações realizadas.

- Não é possível desvincular teoria da prática e vice-versa. Segundo Lakatos e Marconi essa relação se apresenta da seguinte forma:

Teoria em relação aos fatos

Orienta objetivos da ciência

Oferece um sistema de conceitos

Resume conhecimento

Prevê fatos

Indica lacunas no conhecimento

Fatos em relação à teoria

Inicia teoria

Reformula e rejeita teorias

Redefine e esclarece teorias

Clarifica conceitos contidos na teoria

- Qual é a atividade básica da ciência? A pesquisa.

- Pesquisa → “processo sistemático de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa como atividade regular também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e planejados pela busca de um conhecimento. Ao profissional da pesquisa (especialmente no campo acadêmico), dá-se o nome de pesquisador.”

- Qual característica deve apresentar o pesquisador?

  • Conhecimento sobre o assunto estudado
  • Curiosidade
  • Criatividade
  • Integridade intelectual
  • Sensibilidade social
  • Originalidade

- Para se fazer pesquisa exige-se um planejamento. Para isso é comum no campo da investigação científica realizar as seguintes etapas (ler definições das etapas na apostila na página 6):

  1. Formulação do tema
  2. Formulação do problema
  3. Formulação dos objetivos
  4. Construção de hipóteses
  5. Elaboração do marco teórico
  6. Estabelecimento de variáveis
  7. Definição dos instrumentos de coleta de dados
  8. Execução do pré-teste
  9. Planejamento do cronograma e orçamento
  10. Realização da coleta de dados
  11. Análise e interpretação dos dados
  12. Redação do relatório de pesquisa
  13. Referências
  14. Apresentação dos resultados

- Neutralidade axiológica ou não nas Ciências Sociais? (debate em sala de aula)

Aulas 1 e 2 - 2º Colegial

PRÁTICA POLÍTICA

Sistema político brasileiro: Democracia

- Quando se pensa em política, remete-se logo a relações de poder. Política, na linguagem comum, seria um conceito referente ao exercício do poder. Da mesma forma, os políticos seriam os detentores do poder. Política seria algo, portanto, que pertence a outro universo, que não é o meu, mas de outro sujeito.

- O Sistema Político brasileiro é caracterizado por um República Federativa e Presidencialista formada por três poderes: Executivo Legislativo e Judiciário.

- O sistema republicano implica em participação política de todos(as) na vida política do país.

- O termo federativo = constituição de uma federação dividida em regiões (estados) que apresentam governos próprios, mas vinculados a lei maior do país: a Constituição Federal.

O Poder Executivo é um dos poderes governamentais, segundo a teoria da separação dos poderes cuja responsabilidade é a de implementar, ou executar, as leis e a agenda diária do governo ou do Estado. De fato, o poder executivo de uma nação é regularmente relacionado ao próprio governo. O poder executivo pode ser representado, em nível nacional, por apenas um órgão (presidência da república, no caso de um presidencialismo), ou pode ser dividido (parlamento e coroa real, no caso de monarquia constitucional)
O poder executivo varia de país a país. Nos países presidencialistas, o poder executivo é representado pelo seu presidente, que acumula as funções de chefe de governo e chefe de estado. Nos países parlamentaristas, o poder executivo fica dividido entre o primeiro-ministro, que é o chefe de governo, e o monarca (geralmente rei), que assume o cargo de chefe de estado. Em regimes totalmente monárquicos, o monarca assume, assim como o presidente, as funções de chefe do governo e do Estado.

O executivo, porém, nem sempre se resume somente aos chefes. Em regimes democráticos, o presidente ou o primeiro-ministro conta com seu conselho de ministros, assessores, secretários, entre outros.

Cargos do Executivo

O Executivo tem, usualmente, as seguintes obrigações:

• Aplicar as leis. Para isso, fica a cargo do Executivo órgãos como a polícia, prisões etc., para punir criminosos.
• Manter as relações do país com as outras nações
• Manter as forças armadas
• Administrar órgãos públicos de serviços à população, como bancos.
• Veja: www.presidencia.gov.br / www.redegoverno.gov.br.

O poder legislativo é o poder de legislar, criar leis.
No sistema de três poderes proposto por Montesquieu, o poder legislativo é representado pelos legisladores, homens que devem elaborar as leis que regulam o Estado. O poder legislativo na maioria das repúblicas e monarquias é constituído por um congresso, parlamento, assembléias ou câmaras.

O objetivo do poder legislativo é elaborar normas de direito de abrangência geral (ou, raramente, de abrangência individual) que são estabelecidas aos cidadãos ou às instituições públicas nas suas relações recíprocas.

Em regimes ditatoriais o poder legislativo é exercido pelo próprio ditador ou por câmara legislativa nomeada por ele.

Entre as funções elementares do poder legislativo estão as de fiscalizar o Poder Executivo, votar leis orçamentárias e, em situações específicas, julgar determinadas pessoas, como o Presidente da república ou os próprios membros do legislativo.

Veja: www.camara.gov.br / www.senado.gov.br.


O Poder judicial ou Poder judiciário é um dos três poderes do Estado moderno na divisão preconizada por Montesquieu em sua teoria da separação dos poderes.
Ele possui a capacidade de julgar, de acordo com as leis criadas pelo Poder Legislativo e de acordo com as regras constitucionais em determinado país. Ministros, desembargadores e Juízes formam a classe dos magistrados (os que julgam). Há ainda, nos países com justiça privada, o Tribunal Arbitral composto de Juízes Arbitrais, Conciliadores e Mediadores. No Brasil os Juízes Arbitrais são considerados juízes de fato e de direito e a Lei 9.307/96 regulamenta o funcionamento desses tribunais privados, muito comum nos países de "primeiro mundo".

Veja: www.stf.gov.br / www.stj.gov.br / www.tst.gov.br / www.tse.gov.br / www.tjadf.com.br - dentre diversos outros.

Tipos de Governo

- A constituição de governos organiza as demandas da coletividade.

- Podemos elencar os principais tipos de governo
• Anarquismo - ausência ou falta de governo
• Democracia - poder exercido pelo povo. Pode ser dividida ainda em democracia representativa onde o povo delega seus poderes por meio de eleições; democracia direta onde o povo exerce diretamente o poder.
• Despotismo - governo de um líder reconhecido pela população como salvador carismático.
• Ditadura - governo de um líder reconhecido pela população como repressor
• Monarquia - governo baseado na herança nobiliárquica
• Oligarquia - governo de um pequeno grupo político que compartilha interesse ou relações familiares.
• Plutocracia - governo de pessoas ricas.
• Teocracia - governo de um estado religioso ou orientado por valores exclusivo de uma religião.
• Tirania - O chefe governava com poder ilimitado, embora sem perder de vista que devia representar a vontade do povo.

- Democracia: modelo de governo em que o povo tem direito a participação plena da vida política de seu país, estado, município, sindicato, grêmio estudantil, enfim, dos mais variados espaços de organização social.


- O termo “democracia” surge pela primeira vez na Grécia antiga, por volta de 500 a.C.
Para os gregos a palavra demokratia tinha o seguinte significado: demos = povo, kratos = governar. Daí surge à noção de governo do povo, baseado na soberania popular. Apenas a título de informação, por volta desse mesmo período surge em Roma outro termo que também é muito recorrente contemporaneamente que é a noção de República, palavra que deriva do latim e quer dizer: res = coisa ou negócio, publicus = povo ou público. Ou seja, República quer dizer coisa pública, negócio do povo.

- No Brasil basicamente o Estado brasileiro se organiza através de um modelo de democracia representativa onde são eleitos os representantes dos poderes executivo (presidente, governadores e prefeitos) e legislativo (senadores, deputados e vereadores).

Aula 1,2 e 3 - 1º Colegial

1M1 - O estudante e a sociedade

Antes de tudo é preciso conhecer e ter o entendimento de um dos conceitos chaves da Sociologia que é a Sociedade:

SOCIEDADE: organização humanamente fundada ou sistema de inter-relações que articula indivíduos numa mesma cultura. Todos os produtos da interação humana, a experiência de viver com outros em torno de nós. Os humanos criam suas interações e, uma vez criados os produtos dessas interações, têm a capacidade ou o poder reverter sobre os humanos a fim de determinar ou limitar ações. Com freqüência, experimentamos a sociedade (organização humanamente fundada) como algo externo aos indivíduos e às interações que a fundam.

- Na sociedade encontramos uma rede complexa em que indivíduos desempenham funções variadas e complementares.

- O estudante cumpre um papel/função dentro da sociedade. As vezes não conseguimos visualizar seu destaque devido seu caráter submisso às diretrizes educacionais.

- Mas qual é o papel do estudante?

- Muita das vezes é relacionada na idéia que vincula o jovem à sociedade.

- O estudante é parte e agente das transformações movidas pelas ações humanas. Ele é a possibilidade de inovação, caso esteja inserido de forma crítica na sociedade e não apenas como um receptor passivo das informações. Pode, portanto transformar informações absorvidas em conhecimento.

O que é a sociologia?

- Podemos dizer em linhas gerais que a Sociologia é a ciência que tem como estudo as relações sociais e interações humanas. É o conhecimento relativo ao homem e à sociedade mas apenas na medida em que o pode obter cientificamente.

- Podemos considerar também a sociologia como “autoconsciência crítica da realidade social”, pois é uma ciência em que o próprio homem é o objeto de reflexão e estudo.

- A Sociologia procura emancipar o entendimento humano sobre a sociedade desvencilhando-se do senso comum. Possui discursos e métodos científicos próprios.

Quando surge?

- A Sociologia enquanto campo delimitado do saber científico surge apenas em meados do século 19 na Europa, contexto de uma revolução multifacetada que tem como protagonista a burguesia.

- A Europa nesse momento histórico passa por um período marcado por uma instabilidade expressa na forma de crises nos diversos âmbitos da vida material, cultural e moral.

- A trajetória da Sociologia no Ocidente, só começa a ser delineada com o movimento político e intelectual conhecido como Iluminismo (Inglaterra, Holanda e França, 1590 - séc XVII e XVIII), que exerceu enorme influência no século XVIII, propondo reformas no interesse das classes privilegiadas (elite), conforme leis que regeriam ao mesmo tempo a sociedade, o universo e a natureza e a Revolução Industrial (Inglaterra, 1750 com introdução da máquina a vapor - séc. XVIII em diante). Em seguida, após a Revolução Francesa ( França, 1789 – 1799 ) e a queda do Antigo Regime ( regime político vigente na França até a Rev. Francesa ) , a Sociologia adquiriu os traços que ostenta hoje em dia, aos poucos destituindo-se da roupagem de ciência ética, de filosofia política ou social, preocupada em determinar uma ordem justa das relações humanas, para concentrar-se na descrição e interpretação dos elementos — desempenhos, grupos, valores, normas e modelos sociais de conduta — que determinam a integração dos sistemas sociais.

Revolução

Século / Ano

Esfera de atuação e impacto

Iluminismo

a partir de 1590, séc. XVII – XVIII

ideológica

Industrial

segunda metade do séc. XVIII ( 1750 )

econômica

Francesa

segunda metade do séc. XVIII ( 1789 )

política

- O triunfo da indústria capitalista na revolução industrial desencadeou uma crescente industrialização e urbanização, o que provocou radicais modificações nas condições de existência e nas formas habituais de vida de milhões de seres humanos. Estas situações sociais radicalmente novas, impostas pela sociedade capitalista, fizeram com que a sociedade passasse a se constituir em "problema". Surge também uma novas classes sociais constituídas pela burguesia e proletariado.

- As transformações econômicas que o ocidente europeu presenciou desde o século XVI, provocaram modificações na forma de conhecer a natureza e a cultura. A partir daí, o pensamento deixa de ter uma visão sobrenatural para a explicação dos fatos da natureza e passa a ser substituído pelo uso da razão. Em relação a isso o Iluminismo contribui reivindicando o emprego sistemático da razão para libertar o conhecimento do controle teológico, da tradição, da revelação e para a formulação de uma nova atitude intelectual diante dos fenômenos da natureza e da cultura.

- A revolução francesa contribuiu para o surgimento da sociologia na medida em que o objetivo dessa revolução era mudar a estrutura do Estado monárquico e, ao mesmo tempo, abolir radicalmente a antiga forma de sociedade; promover profundas inovações na economia, na política, na vida cultural, etc; além de desferir seus golpes contra a Igreja.

- Principais conseqüências da Revolução Industrial:

l O fim do produtor independente

l Êxodo rural e explosão demográfica urbana

l Processo de proletarização

l Miséria (doenças, prostituição, suicídios, alcoolismo, violências, etc.)

l Primeiras manifestações operárias (ludismo, cartismo)

l Criava-se uma sociedade altamente competitiva e individualista

- Principais conseqüências do Iluminismo:

l Derrocada do Teocentrismo como forma explicativa do mundo

l Consolidação do Liberalismo

l Notório desenvolvimento das Ciências Naturais e Humanas

- Principais conseqüências da Revolução Francesa:

l Queda do Estado monárquico e origem do Estado Moderno Burguês (executivo, legislativo e judiciário).

l Criação do Estado Laico e fim do predomínio político da autoridade da Igreja Católica.

l Burguesia toma o Estado e assume papel hegemônico

- O conjunto desses processos históricos trouxe não somente progressos como também uma infinidade de problemas sociais que conturbaram a Europa do século XIX.

- Esse “turbilhão social” faz com que surjam intelectuais preocupados e propostos a por uma “ordem social” oriunda dessas revoluções.

- Neste contexto é que surge a Sociologia.

- Pensadores como Tocqueville, Monstesquieu, Le Play, Saint-Simon, Augusto Comte entre outros vão sistematizar e refletir sobre a realidade social da época.

Os primeiros sociólogos

- O termo Sociologie foi cunhado por Auguste Comte, que esperava unificar todos os estudos relativos ao homem — inclusive a História, a Psicologia e a Economia. Seu esquema sociológico era tipicamente positivista, (corrente que teve grande força no século XIX), e ele acreditava que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este progresso, poderia prescrever os remédios para os problemas de ordem social.

- Em relação ao Positivismo:

l Corrente científico-filosófica que foi umas das precursoras da Sociologia. Seus precursores foram Saint-Simon e Augusto Comte (discípulo de Saint-Simon, que inclusive criou o termo “Sociologia”).

l Era baseada principalmente na afirmação das ciêcias experimentais.

- Podemos caracterizar três premissas básicas no positivismo:

1. A Sociedade é regida por leis Naturais, isto é, leis invariáveis, independentes da vontade e da ação humana; na vida social, reina uma harmonia natural.

2. A Sociedade pode, portanto, ser Epistemologicamente assimilada pela Natureza e ser estudada pelo métodos, trajetória e processos empregados pelas Ciências da Natureza.

3. As Ciências da Sociedade, assim como as da Natureza, devem limitar-se à observação e à explicação causal dos fenômenos, de forma objetiva, neutra, livre de julgamentos de valor ou Ideologias, descartando todas as pré-noções e preconceitos (neutralidade axiológica).

Auguste Comte

- A contribuição principal de Comte à filosofia do positivismo foi sua adoção do método científico como base para a organização política da sociedade industrial moderna.

- O estado positivo corresponde à maturidade do espírito humano. O termo positivo designa o real em oposição ao quimérico, a certeza em oposição à indecisão, o preciso em oposição ao vago. É o que se opõe as formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo. Ex: a explicação da queda de um objeto ou corpo: o primitivo explicaria a queda como uma ação dos deuses; o metafísico Aristóteles explicaria a queda pela essência dos corpos pesados, cuja natureza os faz tender para baixo, onde seria seu lugar natural; Galileu, espírito positivo, não indagaria o porquê, não procuraria as causas primeiras e últimas, mas se contentaria em descrever como o fenômeno da queda ocorre.

- Não era apenas quanto ao método de investigação que a filosofia positivista se aproximava das ciências da natureza. A própria sociedade foi concebida como um organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico. Por isso o positivismo foi chamado também de organicismo.

Lei dos Três Estados - características

Estado Teológico

Estado Metafísico

Estado Positivo

- tudo tem origem no sobrenatural
- época dos sacerdotes e militares
- domínio da organização militar

- tudo tem origem na razão, na natureza e em forças misteriosas|
- época jurídica
- prevalece a organização jurídica

- ciência substitui a razão, natureza e forças misteriosas
- época industrial
- predomínio do intelectual, principalmente o sociólogo|- a economia se junta à sociologia para, juntas, guiarem os destinos da organização social

Dividiu a Sociologia em dois campos principais: Estática social, ou o estudo das forças que mantêm unida a sociedade; e Dinâmica social, ou o estudo das causas das mudanças sociais.

ESTUDO DA ESTÁTICA SOCIAL = ORDEM

ESTUDO DA DINÂMICA SOCIAL = PROGRESSO

Alguns CONCEITOS BÁSICOS da Sociologia

CULTURA: conjunto de tradições, regras e símbolos que dão forma a, e são encenados como, sentimentos, pensamentos e comportamentos de grupos de indivíduos. Referindo-se principalmente ao comportamento adquirido, por oposição ao dado pela natureza ou pela biologia, a cultura tem sido utilizada para designar tudo o que é humanamente criado (hábitos, crenças, artes e artefatos) e passado de uma geração a outra. Nessa formulação, a cultura distingue-se da natureza e distingue uma sociedade da outra.

LINGUAGEM: um sistema de símbolos verbais através dos quais os seres humanos comunicam idéias, sensações e experiências. Por meio da linguagem estes podem ser acumulados e transmitidos através das gerações. A linguagem não é somente um instrumento ou um meio de expressão, ela também estrutura e molda nossas experiências do mundo e o que observamos ao nosso redor.

VALORES: idéias que as pessoas compartilham sobre o que é bom, mau, desejável e indesejável. Normalmente eles são muito gerais, abstratos e transcendem variações situacionais.

NORMAS: regras comportamentais ou padrões de interação social. Em geral derivam dos valores, mas podem também contrapor-se a eles, e servem como guias para julgamento dos comportamentos individuais. As Normas estabelecem expectativas que dão forma às interações.

“Cultura. Aqueles padrões de significado que qualquer grupo ou sociedade utiliza para interpretar e avaliar a si próprio e sua situação.” Bellah e outros, Habits of the Heart

1985:333

“Cultura. Um sistema adquirido e duradouro de esquemas de percepção, pensamento e ação, produzidos por condições objetivas, mas tendendo a persistir mesmo após uma alteração dessas condições.” Bourdieu, The Inheritors. 1979.

“Hábitos. Um conjunto de relações históricas ‘depositadas’ no interior dos corpos individuais sob a forma de schemata mentais e corpóreos de percepção, apreciação e ação.” Bordieu

“Cultura. O que significa agir segundo a própria cultura é, de modo geral, seguir as próprias inclinações assim como foram desenvolvidas pela aprendizagem com outros membros da própria comunidade. Hannerz, Soulside, 1969:177.

“Cultura. Refere-se ao repertório aprendido de pensamentos e ações, exibidos por membros de grupos sociais – repertórios [transmitidos] independentemente da hereditariedade genética de uma geração à outra.” Harris, Cultural Materialism, 1979:47

“Cultura. Veículos simbólicos de significado, incluindo crenças, práticas rituais, formas de arte, cerimônias, bem como práticas... informais, tais como a linguagem, a fofoca, histórias e rituais da vida diária.” Swidler, “Culture in Action”, 1986:273

“Cultura. O cultural é a elaboração criativa, variada, potencialmente transformadora de algumas relações sociais/estruturais fundamentais da sociedade.” Willis, Learning to Labor. 1977:137

ORGANIZAÇÃO SOCIAL: O arranjo das partes constituintes da sociedade, a organização de posições sociais e a distribuição de indivíduos nessas posições.

STATUS: nichos e posições socialmente definidos (aluno, professor, administrador).

PAPEL: cada status porta um feixe de comportamentos esperados: como uma pessoa naquele status deve pensar, sentir, assim como as expectativas sobre como devem ser tratadas por outras. O feixe de de deveres e comportamentos esperados que se fixou num padrão de conduta consistente e reiterado.

GRUPO: duas ou mais pessoas interagindo regularmente com base em expectativas comuns sobre o comportamento dos outros; status e papéis interrelacionados.

INSTITUIÇÕES: padrões de atividade reproduzidos através do tempo e espaço. Práticas repetidas de forma regular e contínua. As instituições tratam com freqüência dos arranjos básicos de vivência que os humanos elaboram nas interações uns com os outros e por meio dos quais a continuidade através das gerações é alcançada. Os blocos básicos de construção das sociedades. As instituições sociais são como edifícios que vão sendo constantemente reconstruídos pelos próprios tijolos de que são feitos.

ESTRUTURA SOCIAL: A estrutura refere-se ao padrão numa cultura e a organização através da qual a ação social tem lugar; arranjos de papéis, organizações, instituições e símbolos culturais que são estáveis ao longo do tempo, muitas vezes despercebidos, cuja mudança é quase invisível. A estrutura tanto permite quanto restringe o que é possível na vida social. Se um edifício fosse uma sociedade, as fundações, as colunas de suporte e as vigas seriam a estrutura, que tanto constrangem quanto permitem os vários arranjos espaciais e os tipos de ambiente (papéis, organizações e instituições). Schemata e recursos (materiais e humanos) através dos quais as ações sociais tem lugar, são padronizados e institucionalizados. Incorporam tanto a cultura quanto os recursos da organização social.

Estrutura social. O conjunto organizado de relações sociais no qual os membros da sociedade ou do grupo estão diferentemente implicados. Comportamento e relações padronizados. “Arranjos padronizados de conjuntos de papéis, conjuntos de status e seqüências de status podem ser mantidos para compreender a estrutura social.” Merton, Social Theory and Social Structure, pág. 370.

“Estrutura Social. Arranjos padronizados de conjuntos de papéis, conjuntos de status e seqüências de status conscientemente reconhecidos e em operação sistemática numa determinada sociedade, intimamente ligados às normas, políticas e sanções legais.” Turner. Drama, Fields and Metaphors, 237.

“Estrutura Social. Sistemas relativamente estáveis de relações sociais e oportunidades nas quais os indivíduos se encontram e por meio das quais são vitalmente afetados, mas sobre as quais a maioria não tem controle e cuja natureza exata normalmente desconhece.” Greenfield. Nationalism, pág. 2.

ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL: a divisão sócio-econômica da população em camadas ou estratos. Quando falamos em estratificação social, chamamos atenção para as posições desiguais ocupadas pelos indivíduos na sociedade. Nas sociedades tradicionais de grande porte e nos países industrializados de hoje, há estratificação em termos de riqueza, propriedade e acesso aos bens materiais e produtos culturais.

RAÇA: um grupo humano que se define e/ou é definido por outros grupos como diferente...em virtude de características físicas inatas e imutáveis. Um grupo socialmente definido com base em critérios físicos.

ETNIA: práticas culturais e pontos de vista de uma determinada comunidade, pelos quais se diferenciam de outras. Os membros de grupos étnicos vêem a si mesmos como culturalmente distintos de outros grupos da sociedade e são vistos como tal pelos outros grupos. Muitas características diferentes podem distinguir os grupos étnicos uns dos outros, porém, as mais comuns são a linguagem, a história ou a ancestralidade – real ou imaginada, a religião e os estilos de vestuário. As diferenças étnicas são completamente adquiridas.